Análise (Review) do Marshall Jackhammer JH-1 - Distortion e Overdrive

Caros amigos,

Aos poucos estou montanto um setup analógico para botar na estrada. Minha pedaleira (Zoom G9.2tt) é excelente, mas dá pena de ficar surrando ela entre ensaios, shows e workshops. Vou deixar ela mais para gravações (neste quesito ela é fantástica).

Já havia comprado o Behringer GDI21 V-Tone, cuja análise já postei aqui anteriormente. Agora resolvi adquirir o Marshall Jackhammer JH-1 para incrementar meu setup.

O Jackhammer é um pedal Overdrive/Distortion com quatro controles de equalização. Cabe salientar, que seus 4 controles, atuam bem diferente de seu maior rival (no Metal Zone da BOSS), pois além do grave e agudo, simplesmente adicionou-se o Contour e Frequence, que permitem colocar um cabresto nos médios, reproduzindo um pouco a idéia de um preamp Marshall.,

Apesar do manual de instruções dizer que na função Overdrive ele possui um drive semelhante ao JCM 800 e na função Distortion ele soa como um JCM 2000, a realidade é outra. Isso é pura jogada de marketing. Não quero dizer que o pedal seja ruim, muito pelo contrário, o pedal é muito bom, mas é um alerta pra você não achar que comprando o Jackhammer você terá um amplificador Marshall-In-A-Box. Se é isso que você está procurando, então é melhor comprar um GT2 (original ou handmade) ou até mesmo o Behringer V-Tone GDI21 (que é similar), pois desta forma, além da simulação Marshall você ainda ganha de "brinde" a simulação Fender e Mesa-Boogie.

Também não concordo em classificá-lo como um pedal Distortion, pois até mesmo com a chave na posição "Dist" ele soa como um bom overdrive porém com resposta mais para os timbres graves (scooped). Na minha opinião eu classificaria este pedal como um Mega Overdrive, com diferentes combinações de ganho e infinitas possibilidades de equalização.

Durante os testes liguei ele sozinho, combinado com o GDI21 e também com um Compressor. As impressões são as seguintes:
Sozinho na posição Distortion, ele vai bem para diversos estilos de Metal, especialmente Heavy Metal e Trash Metal. Como uso muitos ligados nos meus solos, fiquei um pouco decepcionado com a sensibilidade do pedal, tive que palhetar quase tudo para as dinâmicas dos solos ficarem legais. Na posição Overdrive as dinâmicas ficam melhores apesar de ter menos ganho, mas ainda assim não foi satisfatório.
Quando ligado no Overdrive, dá pra tocar praticamente tudo de rock dos 70 aos 80. Nesta configuração, dá pra levar legal sons desde Hendrix, AC/DC até Van Halen, Aerosmith, Guns n' Roses e muito mais. Com o ganho no mínimo e uma Strato, dá pra fazer um Blues tipo Steve Ray Vaughan e Jeff Healey. Com o ganho máximo, também dá pra tocar um Heavy mais tradicional como Iron Maiden e Judas Priest.

Tanto na posição Overdrive como na Distortion, combinado com o Compressor, as dinâmicas melhoraram muito, resolvendo o problema de nós "ligadeiros". Mas a boa surpresa se deu quando combinei com o V-Tone GDI21.

Liguei a guitarra no Jackhammer e depois passei o som para o V-Tone antes de mandar para o amplificador. Uma combinação que gostei muito foi o Jackhammer na posição Overdrive, com o ganho em 50% (12h) e com o V-Tone configurado em Marshall+Clean+Center com o ganho no máximo. Com esta combinação consegui um drive bem próximo no canal Lead do JCM 900, num verdadeiro som High Gain, sendo que a sensibilidade também melhorou exponencialmente. Experimentei usá-lo também como um leve boost nos outros canais do V-Tone e também obtive ótimos resultados, não devendo nada para o Ibanez Tube Screamer.

Pontos positivos: o ponto mais positivo deste pedal foi a versatilidade, posso dizer seguramente que, tirando os simuladores de amplificadores, este é o pedal mais versátil que já toquei. O baixíssimo nível de ruído, mesmo na posição Distortion, também é um diferencial entre seus concorrentes. Mas para quem tá afim de um som mais extremo, ainda ficou faltando um pouco de ganho, principalmente para bases mais pesadas como Death e Black Metal. Fora estes dois estilos, o Jackhammer permite tocar praticamente tudo que já foi produzido de Rock no mundo. A construção também é extremamente robusta, transmitindo muita confiança ao guitarrista.

Pontos negativos: a falta de sensibilidade para os ligados me decepcionou bastante. Neste ponto seu rival Metal Zone é o único que já testei com essa característica (porém não é tão versátil como o Jackhammer). Contra este pedal também conta a questão do preço, que gira em torno de R$ 350,00, que é um valor muito alto para quem deseja usá-lo somente como boost, por exemplo.

No geral, poderia concluir que o pedal é muito bom e com a ajudinha de outros pedais dá pra tirar aquele timbre monstro que você está procurando. Lógico que tudo depende do seu gosto pessoal e da qualidade geral de seu equipamento.

NOTAS (de 1 a 10):

Design/Aparência: 9
Construção/Robustez: 10
Ruído: 10
Controles: 10
Definição timbre: 9
Sensibilidade: 6
Versatilidade: 10
Custo-benefício: 7

MÉDIA/NOTA FINAL: 8,88

PONTUAÇÃO: Péssimo (1-2), Ruim (3-4), Bom (5-6), Ótimo (7-8), Excelente (9), Excepcional (10)

Obs.: Vale lembrar que um equipamento cuja MÉDIA/NOTA FINAL fique acima de 6 pode ser considerado um equipamento satisfatório, e acima de 8 poderá ser classificado como de uso profissional.


Um abraço!



Elvis Almeida
www.elvisalmeida.com

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