Estou de volta com mais um teste para vocês. Desta vez nosso "alvo" será o novo modelo da Tubeamps chamado BLACK CAT BONE (Osso do Gato Preto).
Para quem não conhece a marca, trata-se de uma das pioneiras em fabricação de amplificadores valvulados para guitarra de forma artesanal.
O proprietário e handmaker é o Sr. Manolo, que desenvolveu este projeto com base na vasta experiência que adquiriu com a construção e manutenção de amplificadores valvulados no decorrer dos anos.
O amplicador Black Cat Bone é vendido de duas formas diferentes:
I - Kit para você montar. Vem com tudo, válvulas, trafos, potenciômetros, chassi, fios, jacks, chaves. Opcionalmente, a Tubeamps também fornece o gabinete sem acabamento, para você mesmo dar a aparência que quiser.
II - Montado. Já vem todo montado e acabado. Só ligar e usar.
A versão testada foi a montada pela própria Tubeamps, incluindo todos os face-plates. A foto acima é do próprio amplificador testado e foi feita pelo fabricante.
Especificações:
Controles: 5 (cinco) - Gain, Bass, Middle, Treble e Master.
Válvulas Pré: 2 (duas) 12AX7 Sovtek
Válvulas Potência: 2 (duas) EL84 Sovtek em Push-Pull
Canais: 1 (Single Channel)
Saídas: 4, 8 e 16 ohms
Alimentação: Bi-volt (110-220v)
Chassi: Alumínio
Potenciômetros: Alpha
Jacks: Amphenol
Montagem: PTP (Ponto a Ponto)
Potência Nominal: 18W RMS (pode entregar até 20W)
Segundo informações do manual, o circuito de equalização foi baseado nos amplificadores britânicos Marshall, porém com algumas modificações que deixaram mais aveludado como os clássicos americanos. Ou seja, é um circuito híbrido que alia o que cada estilo tem de melhor.
Vamos falar do som então:
Para os testes usei uma Caixa 4x12 Crate de 120W. São quatro falantes com 30W de potência cada um. A guitarra foi uma Explorer Strinberg CLG-48 com 2 Humbuckers.
Inicialmente deixei todos os controles de equalização em 12 horas (50%) e com o ganho no 4 (10-11 horas aproximadamente) e fui aumentando progressivamente o volume. De cara me embasbaquei com o volume (pressão sonora) que foi entregue aos meus ouvidos. Em locais fechados este mini-head fala muito, mas muito mesmo.
Tenho um amplificador Hughes & Kettner de 40W RMS combo e a sensação de volume é muito próxima, mesmo com a metade da potência. É algo de impressionar qualquer um.
Aumentando o controle de ganho, o clean vai se tornando um crunch delicioso.
Com o Ganho no máximo, o timbre lembra muito os clássicos JCM800, um pouco menos estridente. Não resisti e gastei todo o meu repertório da banda AC/DC (risos).
Durante os testes, também experimentei usar um pedal Overdrive valvulado com 70% de ganho e o head com 50%. O resultado da mistura dos dois drives foi uma distorção incrível, no estilo hi-gain.
Os controles de equalização são bem discretos, não possuem uma atuação drástica no timbre do amp, de modo a manter sempre a pegada e vocação Rock'n Roll do cabeçote. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do gosto pessoal do guitarrista. Aqueles que curtirem sons mais clássicos irão adorar.
Quanto ao acabamento e construção, é um head bem compacto, leve e bem acabado. Eu tiraria somente os "smiles" (winks) em forma de gatinho do face-plate.
Pontos positivos: São muitos. Destaca-se o custo-benefício, principalmente, se você mesmo montar o cabeçote. O kit básico, sem os opcionais, está sendo vendido pela Tubeamps por R$ 690,00 (seiscentos e noventa reais). A versão montada, ainda sem preço divulgado pelo fabricante, em breve estará sendo vendida no site (www.tubeamps.com.br). É isso mesmo pessoal, estamos tendo a honra de ser o primeiro editorial a testar o equipamento que acabou de sair do forno. Alia-se também o desempenho do amplificador tanto para shows quanto ensaios. A pressão sonora é incrível para um amplificador tão compacto e leve para transportar.
Pontos negativos: Basicamente só encontrei um, a falta de um loop de efeitos. Em contato com o fabricante, o Sr. Manolo me informou que isto gastaria mais uma Válvula 12AX7, coisa que acabaria encarecendo o projeto. De resto só elogios.
No geral, poderia concluir que este amplificador é ideal para estudo, ensaios e shows. Sua potência e pressão sonora é adequada para todas estas aplicações.
O casamento perfeito seria com uma caixa com 1 alto-falante de 12 polegadas de boa qualidade, para manter a ideia de amplificador compacto.
O fato de ser monocanal (Single Channel), reflete num circuito mais enxuto e menos sujeito a defeitos. Como é pequeno e fácil de transportar, é muito prático para colocar na estrada. A concepção da Tubeamps foi fazer um amplificador verdadeiramente "estradeiro", e neste quesito o Black Cat Bone acertou em cheio.
Veja e escute o equipamento em ação:
NOTAS (de 1 a 10):
Design/Aparência: 8
Construção/Robustez: 9
Ruído: 9
Versatilidade: 7
Definição timbre: 9
Equalização: 8
Recursos: 7
Custo-benefício: 10
MÉDIA/NOTA FINAL: 8,38
PONTUAÇÃO: Péssimo (1-2), Ruim (3-4), Bom (5-6), Ótimo (7-8), Excelente (9), Excepcional (10)
Obs.: Vale lembrar que um equipamento cuja MÉDIA/NOTA FINAL fique acima de 6 pode ser considerado um equipamento satisfatório, e acima de 8 poderá ser classificado como de uso profissional.
Um abraço!
Elvis Almeida
Guitarrista e Professor de Guitarra
www.elvisalmeida.com
PARA VOCÊ:
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é possivel tirar timbres limpos dele como os dos fenders? e tirar timbres distorcidos pelas valvulas de potencia? tenho uma fender stratocaster, a proposito.
ResponderExcluirmuito obrigado
Caro Giovane, a guitarra utilizada no Review tem a saída muito forte, por isso consegui tanto peso, mesmo com o volume tão baixo.
ResponderExcluirEntretanto, com uma Fender Stratocaster (ou outra guitarra com captadores singles) é possível tirar timbres totalmente limpos desde que o controle de ganho não ultrapasse o nível 4.
Quanto a distorcer pela etapa de potência, a resposta é positiva, o amp foi projetado para distorcer em altos volumes, somando os dois drives (pré + potência).