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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Análise (Review) - Danelectro FAB Metal

Teste do pedal de distorção para guitarra FAB Metal da Danelectro na Central do Rock

Desta vez, escreverei sobre um pedal que me surpreendeu demais, o Danelectro FAB Metal modelo D-3, uma pequena stompbox com um punch de "cair o queixo".

Não subestime este pedal pelo seu preço (em torno de R$ 60,00), que chega a ser mais barato que muito handmade feito em lata de sardinha.

O pedal é montado num gabinete de plástico usinado que lhe confere uma aparencia muito bacana, bem vintage. Mas vintage é só a aparência, pois a distorção produzida por ele é bem moderna, high gain e encorpada.

Há mais de dois anos venho publicando Reviews de pedais e outros equipamentos. Em muitos pedais de overdrive/distortion, tenho me queixado da falta de sensibilidade e compressão para ligados. Isto não ocorre com o FAB Metal, com o controle de Gain no meio (50% ou 12 horas), os ligados já saem firme e com compressão suficiente para solos. Em cerca de 75%, o punch e a compressão deste pedalzinho chega a ser monstruoso, comparando com outros pedais da categoria.

Recentemente publiquei um artigo sobre como escolher um pedal de drive, ao qual remeto o leitor, pois será muito importante para compreender os aspectos analisados aqui. Veja o link:

http://www.centraldorock.com.br/2012/02/dica-como-escolher-seu-pedal-de.html

Remissão feita, vamos a uma análise mais detalhada:

I - Robustez/Durabilidade:
Apesar de ser confeccionado em plástico usinado, sua construção transmite muita confiança. É óbvio que não será tão resistente como se tivesse uma chave DPDT de aço de altíssima qualidade, ou tivesse gabinete de metal, como ocorre com os pedais Marshall. Por isto mesmo, não obterá nota máxima, mas façamos justiça, por R$ 60,00 (sessenta reais) a construção supera as expectativas.

II - Equalização:
Apesar do circuito tonal interferir no timbre mesmo com ajuste em 12 horas, já que não há bypass de equalização, percebe-se que sua equalização fixa é bem puxada para sons mais pesados, concentrando-se em espectros que valorizam o som scooped do Metal. Ajustando a equalização em 12 horas, percebemos um timbre voltado para médios, mas sem exageros. Girando em sentido anti-horário, o timbre tende a ficar bem scooped, "matando os médios" e valorizando os graves e agudos. No sentido horário, o timbre caminha para os médio-agudos e agudos. Apesar da equalização possuir apenas um controle de tone, a atuação do mesmo foi cuidadosamente planejada para dar o máximo de possibilidades dentro do estilo Heavy Metal, é claro. O mínimo ajuste já interfere no resultado. Por isso, recomendo muita paciência na hora de "timbrar".

III - Nível de Distorção/Controle de Ganho:
Neste ponto, esclarece-se que mesmo no mínimo o pedal irá distorcer. O ajuste de ganho não interfere no volume final do pedal, típico de um pedal que não é destinado a ser usado como booster. Seu alto ganho, assim como sua equalização, demonstra sua vocação, qual seja, sons pesados. Seja Heavy, Trash ou Death Metal, o D-3 tem ganho suficiente para levar o som das principais bandas desses estilos.

IV - Definição do Drive:
Não chega a ser um pedal com drive "estratosférico", o famosíssimo Metal Zone distorce muito mais. Mas mesmo com drive bastante high gain, com os ajustes certos do pedal e do amplificador, a clareza da distorção é digna de nota, sem deixar o som muito abelhudo ou irritante. Assisti diversos vídeos na Internet com este pedal, e parece até outro. Nos vídeos o som é estridente e cansativo, lembrando um "enxame de abelhas". Creio que tudo é uma questão do amplificador e sua equalização. Amplificadores com altofalantes menores tendem a produzir um som mais agudo e estridente. Quanto ao ruído, não posso dizer que seja ultrasilencioso, mas também não é barulhento. Para mim só incomodou com o ganho (Drive) no máximo, e mesmo assim, somente ao parar de tocar. Durante a performance, sequer dá pra perceber. Ou seja, está dentro da normalidade para um pedal distortion focado em sons pesados.

V - Resposta e Granulação do Drive:
A resposta do pedal é muito rápida, o que facilita bastante para riffs rápidos e pesados. Quanto à granulação derivada da clipagem da onda, é rápida o suficiente para ter uma resposta legal, porém é recomendável muito cuidado na equalização para não deixá-la abelhuda, pois está longe de uma granulação de um overdrive low gain.

VI - Equipamentos utilizados:
Para os testes, utilizei meu amplificador 100% valvulado Black Cat Bone da Tubeamps ligado numa caixa Landscape SPDT-112 e também um combo transistorizado Hughes & Kettner. Em ambos o resultado foi bem parecido, exceto quanto à equalização e harmônicos, distintas em cada amplificador. Utilizei também as guitarras Les Paul, Explorer e Axis da Strinberg, todas com captadores duplos, o que ajuda a obter mais ganho. Mas creio que numa Strato seu ganho também será forte, porém mais propenso a ruído.


Pra quem é destinado (recomendado)?

Se você quer timbres clássicos, com saturações leves à médias... quer uma distorção com muita dinâmica e baixa compressão, para valorizar sua expressão quando palheta com mais ou menos força, FUJA DESTE PEDAL!!! (Risos).

Tanto a cor do pedal, como seu nome, não deixam dúvida que o equipamento é destinado para o guitarrista de Heavy Metal e afins, que gosta de muita compressão e ganho. O fabricante foi honestíssimo neste sentido.

Desta forma, no quesito versatilidade, sua atuação é exclusivamente para sons pesados. Sua utilização como booster também é limitada, dá no máximo para combinar seu drive com um crunch do canal limpo do amp, ou com um pedal low gain. Se misturar com outros drives mais fortes, a definição (seu ponto forte) se perderá quase que por completo.

Obviamente, o gosto de cada um é condição sine qua non para a escolha do equipamento, sendo que este, ou qualquer outro Review, serve apenas como um norte para o guitarrista. Mas pode-se afirmar com convicção de que é um pedal recomendadíssimo para os guitarristas de Heavy ao Death Metal, que não desejam gastar enormes quantias com pedais.


Pontos positivos: o ponto mais positivo deste pedal é o preço. É dificílimo encontrar um pedal high gain, com definição e alta compressão mais barato que o FAB Metal. Isto faz elevar muito seu custo-benefício, que só pode receber nota máxima. O design e tamanho compacto, também é um diferencial.

Pontos negativos: se levarmos em conta o preço tão reduzido, praticamente nenhum dos pontos negativos é digno de nota. A falta de versatilidade é compensada pelo valor baixo, pois lhe sobre dinheiro para mais pedal overdrive com ganho leve para aumentar as possibilidades. O gabinete de plástico também é perdoado pelo preço (se estragar, dá pra comprar outro rápido, sem sacrifícios). Se o pedal durar 1 (um) ano ele se paga e sobra. Mais de um ano é só lucro (risos).


Conclusão:

No geral, o pedal cumpre bem o seu papel e possui excelente custo-benefício. Para mim foi uma ótima surpresa da marca Danelectro, que o mercado brasileiro, sem qualquer razão técnica, infelizmente tem olhado com desconfiança. Lógico que tudo não escapa ao gosto pessoal e da qualidade geral de todo seu equipamento. Não é demais repetir que o pedal é recomendado para Heavy Metal e congêneres, escapando de seu alcance estilos mais leves.

NOTAS (de 1 a 10):

Design/Aparência: 9
Construção/Robustez: 7
Ruído: 7
Controles: 8
Definição/timbre: 9
Sensibilidade/Compressão: 10
Versatilidade: 4
Custo-benefício: 10

MÉDIA/NOTA FINAL: 8,0

PONTUAÇÃO: Péssimo (1-2), Ruim (3-4), Bom (5-6), Ótimo (7-8), Excelente (9), Excepcional (10)

Obs.: Vale lembrar que um equipamento cuja MÉDIA/NOTA FINAL fique em 6,0 até 7,9 pode ser considerado um equipamento satisfatório, e com pontuação de 8,0 em diante, poderá ser classificado como de uso profissional.


Um abraço!


Elvis Almeida
www.elvisalmeida.com

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Em busca do timbre perfeito... uma odisseia guitarrística

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Quando começamos a tocar guitarra, os esforços se concentram em aprender as músicas e solos de nossos ídolos.

Depois de tocar algumas músicas, nosso alvo fica sendo o timbre/som destes guitarristas que tanto nos influenciam/influenciaram.

Mas é possível reproduzir o timbre de nossos ídolos em nossas casas?

A resposta certamente é não.

Mas por que não?

Pense bem... se nem mesmo as bandas mais famosas conseguem reproduzir os timbres de estúdio ao vivo, em casa a tarefa é praticamente impossível. Mesmo utilizando a mesma guitarra, cordas, captadores, cabos, caixas, falantes, amplificadores, palhetas... etc., cada ambiente irá reagir diferente à sonorização.

Em matéria de áudio, existem tantas variáveis que é praticamente impossível reproduzir o som do estúdio ao vivo, quiçá em nossas casas.

Se usarmos exatamente o mesmo equipamento que nossos ídolos, o máximo que teremos será um timbre bem aproximado, até porque cada guitarrista também tem uma pegada diferente. Cada músico acaba tirando um timbre diferente mesmo usando o mesmo equipamento e nas mesmas configurações, principalmente, pela força da palhetada, do ligado... etc.

E como chegamos a um timbre perfeito?




Como diria Chico Buarque, "a perfeição é uma meta, defendida pelo goleiro, que joga na seleção..." (risos), e mesmo que passemos a vida inteira buscando, jamais será alcançado.

O que é possível (e recomendável) é buscar um excelente timbre, através da experimentação, escolhendo os equipamentos que mais nos agradam. E, mais importante, isto é muito pessoal e depende de fatores não só auditivos.

 Não adianta nada uma guitarra com um som monstruoso, mas que seja extremamente desconfortável. O resultado também será ruim pois sua técnica ficará comprometida. Num instrumento confortável, inexoravelmente, você terá um desempenho muito superior. Creio que o equipamento, com exceção do paladar e olfato, deve agradar todos os sentidos (audição, visão e tato). Sim... é possível conciliar todos estes parâmetros. Obviamente, o que é bonito para um, poderá não ser para outro. O que é ergonômico para um, poderá ser desconfortável para outro e por aí vai.

O mais importante na busca do seu timbre, é ter muita paciência e perseverança. Não desanime nas primeiras dificuldades. Experimente cada equipamento com muita cautela e atenção aos detalhes.

Curiosamente, nestas duas décadas de guitarra, meu gosto já mudou muito. No começo eu gostava muito do som "fritante" de um JCM 900 com ganho no máximo. Atualmente, tenho preferido amplicadores com menos ganho e com equalização mais equilibrada. Quando preciso de um drive high gain, gosto mais de combinar pedais com o crunch do amplificador. São fases. Numa época o equipamento ideal é um, noutra época poderá mudar radicalmente. Sem contar que a necessidade deste ou daquele equipamento também decorre de cada estilo musical.

Infelizmente, não dá pra ter todos os equipamentos do mundo, pois além de ser economicamente inviável, nem um museu comportaria tanta parafernália.

Concluindo, também não perca tempo buscando um equipamento "definitivo", pois tenho certeza, sua opinião irá mudar, sempre para melhor (mesmo que só você acredite nisso).

Um abraço e até a próxima dica.


Elvis Almeida
Guitarrista - Endorsee Strinberg
http://www.elvisalmeida.com

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Como escolher seu pedal de distorção... siga as dicas de Elvis Almeida para aprender a comprar melhor

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Frequentemente, amigos, alunos e leitores me perguntam: "qual o melhor pedal de distorção"?

Quase sempre eu sempre respondo que "é aquele que você gosta", ou às vezes, "é aquele que você tem" (risos).

Ocorre que não existe o melhor. A escolha de um pedal envolve uma enorme quantidade de requisitos objetivos e subjetivos, que variam de acordo com o estilo musical e gosto do guitarrista.

Nestas duas décadas em que toco guitarra, mudei muito de opinião quanto ao timbre ideal. Por último, cheguei à conclusão de que gosto da maioria dos pedais, para não dizer todos. Cada um tem seu "colorido".

Como é economicamente inviável ter todos... criei algumas regrinhas para me ajudar a escolher, considerando o som que estou buscando no momento

A propósito, quando falo pedal, me refiro às stompboxes, ou seja, efeitos individuais ou no máximo a junção de alguns. Os multiefeitos são um caso à parte. Apesar de muitos pontos coincidirem, outros são mais específicos.

Vamos lá:

I - Robustez/Durabilidade;
Um pedal frágil e que não transmita confiança, de cara é descartado da minha lista. Um equipamento, para ser usado profissionalmente tem que suportar o uso intenso, pois, na estrada ele estará sujeito a todo tipo de intempérie.

II - Equalização Fixa;
Apesar da maioria dos pedais de distorção, possuírem ajustes de equalização, existe uma etapa do circuito, que determina a vocação timbrística do efeito. Normalmente são capacitores e resistores fixos situados no primeiro estágio da stompbox, que define se ele terá mais presença de graves, médios ou agudos. É por isso que mesmo, possuindo os mesmos controles, percebemos que certos modelos possuem mais graves, agudos que outros... etc. É importante salientar, que aqui o gosto pessoal, ou o estilo musical que pretende reproduzir são fundamentais para te orientar na escolha. Para decidir, costumo colocar os controles de equalização em 12 horas (tanto do pedal, quanto do amplificador), para interferir o mínimo possível no timbre. Obviamente, mesmo com os controles em 12 horas, a equalização ainda atua no timbre, pois não há bypass do circuito tonal.

III - Equalização Ajustável;
Os controles de equalização (normalmente Tone, Graves, Médios, Agudos... etc.) são posicionados no último estágio do pedal, ou imediatamente antes o último estágio. Costuma me influenciar na compra, tanto a quantidade de controles, quanto a atuação deles na variação timbrística. Neste ponto, o teste que costumo fazer é ir ajustando os controles de equalização um a um, depois combinando um com o outro, prestando a atenção nas possibilidades de configuração e versatilidade que o pedal irá me oferecer.

IV - Nível de Distorção/Controle de Ganho;
Neste ponto, costumo verificar a quantidade de distorção nos níveis mínimos e máximos do controle de drive (ou gain). O ideal é verificar se no mínimo o som fica limpo, se dá um crunch... etc. Dependendo do que você busca, será mais recomendável um ou outro tipo. No máximo, você deve perguntar se a quantidade de drive lhe é satisfatória, se tem o punch, dinâmica, compressão e sensibilidade que você está buscando. Tem pedais que ao aumentar o ganho, o volume final também aumenta. Outros pedais, o ajuste de volume é unicamente no level (output, master... etc.). Se você é daqueles que ajusta o ganho em níveis diferentes a cada música, a variação de volume pode ser um problema. Do contrário se deixa o ganho (drive) fixo, não haverá nenhum incômodo. Para quem deseja usar o pedal como boost, a variação de volume no ganho pode ser até um recurso interessante.

V - Definição do Drive;
Existem pedais com ganho "estratosférico", mas que embolam bastante o som nos níveis mais altos. Eu busco conciliar os dois requisitos, ganho e punch elevados, sem abrir mão da definição.

 VI - Resposta e Clipagem da Onda;
Tem pedais que possuem uma resposta mais rápida, outros mais lenta. Para cada estilo musical, um tipo é desejável. Quanto à clipagem, há distorções que a onda fica tão quadrada que nos dá a sensação de que há uma velocidade maior... são como asas de abelha (risos), ou seja, muito rápidas. Em outras a velocidade parece ser lenta, quando a clipagem é mais discreta. Eu costumo fazer uma analogia com o som de um copo de alumínio cheio de areia. Quando maior os grãos, mais grave e lento será o som. Quanto menor, será mais rápido e agudo. Por causa disso, eu também chamo a clipagem de "granulação" da distorção. Atualmente eu gosto mais de drives mais granulados. Obviamente, isto é muito pessoal. Cada guitarrista terá suas preferências, sem falar também no estilo que se busca reproduzir.

Concluindo, eu utilizo estes parâmetros para escolher qualquer pedal de distorção, seja valvulado ou transistorizado. É importante lembrar, que não se tratam de regras absolutas e que você deverá adaptá-las às suas preferências e necessidades.

Na verdade, tudo não passa de um roteiro para orientar sua escolha, mas nunca para lhe prender, até porque muitos dos requisitos apontados são extremamente subjetivos.

Um abraço e até a próxima.


Elvis Almeida
http://www.elvisalmeida.com



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Análise (Review) - EFX Hot Box - Handmade

Teste do pedal de distorção para guitarra totalmente valvulado na Central do Rock
Caros amigos,

Desta vez, analisarei o pedal valvulado handmade Hot Box fabricado pela EFX Pedais.

Sobre a EFX e Eugênio (handmaker e proprietário), gostaria de destacar inicialmente que a negociação foi super transparente e tranquila. Produto chegou dentro do prazo e muito bem embalado.

Quanto ao equipamento, as primeiras impressões que tive do pedal foram:

I- Robusto (apesar das válvulas expostas);
II- Dimensões e disposição das chaves bem planejadas.

Quanto ao som, ligando no meu amplificador Black Cat Bone da Tubeamps, com o ganho no máximo o som embolou um pouco. Talvez isto tenha acontecido, pelo fato das válvulas do preamp do BCB já trabalharem sem folga. Ligando em um transistorizado Hughes & Kettner, o pedal comportou-se diferente e mesmo com o ganho no máximo, ficou claro e definido.

A quantidade de ganho, que produziu um timbre mais aveludado e orgânico, foi ajustado em 50%. Opa… e pra quem gosta de um timbre mais pesado?

No meu equipamento a combinação que deu um som pesadíssimo, foi adicionar um crunch mais forte no amplificador (no caso do BCB em torno de 60%) aos 50% de ganho do pedal. Ficou animal!!!

Quanto ao Clean, é uma pena ele não sofrer os efeitos da equalização (grave e agudo), pois aumentaria as possibilidades de configuração. Entretanto, ele possui um timbre bastante brilhante que lembra um pouco um Blackface. Usando o Clean do pedal com mais ganho, serviu também como um excelente boost para meu amplificador.

O leitor deve estar questionando: dá pra tocar AC/DC, Iron Maiden, Metallica?
É claro que sim. Obviamente o resultado irá variar um pouco de um equipamento para outro, mas em geral seu ganho é suficiente para estilos clássicos e modernos. É importante salientar que não é um pedal com ganho estratosférico. Para tocar estilos extremamente pesados será necessário combinar com drives externos como expliquei acima.

Concluindo, é um pedal recomendadíssimo para quem curte uma pegada mais vintage, porém não abre mão de um ganhozinho a mais. Pra quem busca versatilidade e gosta de fazer combinações com outros drives (de pedais ou do amplificador) é uma preciosa ferramenta. No meu caso, foi como se eu transformasse meu amp (que só tem um canal) em 3 canais valvulados com diversas variações (Clean/Crunch – Hot Box desligado; Clean/Crunch vigoroso – com o clean do pedal ativado; Drive/High Gain – com o canal hot do pedal ativado sozinho ou com crunch do amp).

Pontos positivos: o ponto mais positivo deste pedal é a versatilidade, pois, afinal são dois canais valvulados. O preço (R$ 420,00) também é muito bom, principalmente comparando com V-Twin e Dr. Drive (principais concorrentes de dois canais). Os controles de equalização do canal Hot também contribuem para a versatilidade. Imagine só se ainda tivesse um controle de médios! O baixíssimo nível de ruído, também é outro ponto positivo importante. A otimização da distribuição das chaves e e controles, permitindo uma apresentação compacta para um pedal valvulado de dois canais, também é um destaque positivo.

Pontos negativos: este pedal é uma réplica do original feito pela Matchless com algumas melhorias. Fica a sugestão para a EFX projetar uma mod que fizesse o canal Clean passar pela equalização, tal qual o canal Hot (Drive). As válvulas expostas dá um efeito visual interessante, mas expõe ao risco de quebrá-las no transporte, apesar de todo o restante transparecer muita robustez. Se não fosse isso, seria nota 10 neste quesito.

No geral, o pedal cumpre bem o seu papel é possui ótimo custo-benefício. Lógico que tudo depende do seu gosto pessoal e da qualidade geral de seu equipamento.

NOTAS (de 1 a 10):

Design/Aparência: 8
Construção/Robustez: 8
Ruído: 9
Controles: 9
Definição/timbre: 9
Sensibilidade: 9
Versatilidade: 10
Custo-benefício: 9

MÉDIA/NOTA FINAL: 8,88

PONTUAÇÃO: Péssimo (1-2), Ruim (3-4), Bom (5-6), Ótimo (7-8), Excelente (9), Excepcional (10)

Obs.: Vale lembrar que um equipamento cuja MÉDIA/NOTA FINAL fique acima de 6 pode ser considerado um equipamento satisfatório, e acima de 8 poderá ser classificado como de uso profissional.


Um abraço!


Elvis Almeida
www.elvisalmeida.com


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Análise (Review) do VT999 - Behringer Vintage Tube Monster


Teste do pedal de distorção overdrive para guitarra Tube Monster da Behringer na Central do Rock
Caros amigos,

Já faz um bom tempo que tenho publicado reviews sobre equipamentos aqui na Central do Rock, especialmente sobre pedais e efeitos.

Desta vez, analisarei o pedal valvulado VT999 da Behringer, também chamado de Vintage Tube Monster.

Este pedal, quando foi lançado custava cerca de R$ 500,00, porém, nos últimos meses tem sido vendido pela quantia de R$ 250,00 em média, ou seja, a metade do preço, mesmo com o dólar em alta.

Sobre os drives da Behringer, já havia experimentado o GDI21 V-Tone, cuja análise também foi postada aqui anteriormente.

A primeira vista, o VT999 impressiona, tanto pelo tamanho (é montado num generoso gabinete), quanto pela quantidade de recursos num preço realmente convidativo.

O fabricante diz entusiasticamente que o pedal vai de um overdrive Blues até uma distorção Heavy. Neste ponto, faço um alerta para aqueles que desejam ganhos extremos. Com o ganho no máximo, o Tube Monster irá se virar muito bem para Heavy Metal tradicional, como Black Sabbath ou Iron Maiden, mas ainda falta um pouquinho para ficar ótimo também para Trash e Death Metal.

Cabe salientar, que existem duas formas de solucionar esta questão do ganho.

A primeira e mais usada, é combinar com outro pedal de drive ou com um crunch/drive do próprio amplificador. Já experimentei diversas combinações de boosters de ganho. Testei com Marshall Jackhammer, Tube Screammer, DOD 250, MXR Distortion + e todos ficaram muito interessantes, cada um dando um "colorido" diferente. Porém, a combinação que produziu um ganho mais pesado e definido foi configurando ganho do Tube Monster no nível 7 e adicionando um crunch moderado no meu amplificador Black Cat Bone feito pela Tubeamps (conheça este amplificador aqui). O resultado me impressionou bastante.

A segunda forma de aumentar o drive é trocando a válvula do pedal por outra com mais ganho. Segundo o manual, ele vem de fábrica com uma válvula chinesa Bugera 12AX7B. Pesquisando na Internet e contando também com a consultoria do meu amigo Manolo da Tubeamps, fiquei sabendo que em geral as 12AX7 com final "B" possuem cerca de 20% mais ganho que a 12AX7 "A". Portanto, em tese, a válvula original deveria me fornecer muito mais ganho.

Experimentei trocar a válvula por uma Sovtek 12AX7WB, de fabricação Russa. O pedal ficou simplesmente fantástico. Parecia outro pedal, com muito mais ganho, sustain, punch e de quebra o som ficou mais cremoso e definido.

Com esta modificação, por questão de ganho, não é preciso combinar seu drive com mais nenhum outro (pedal ou amp), a não ser para variar o timbre.

Não poderia deixar de falar do mito que se propaga pela Internet, no qual muitos afirmam categoricamente que o VT999 é clone do pedal Chandler Tube Drive. Já montei este último e posso garantir que são bem diferentes. Analisando o circuito do Behringer percebe-se claramente a inspiração, mas o circuito é distinto, principalmente pelos CI Amplificadores Operacionais (opamp) usados. O Tube Driver da Chandler possui um opamp duplo. O Behringer tem 2 opamp quádruplos no circuito de drive e mais 2 no circuito do Noise Gate, também quádruplos. É isso mesmo, o VT999 possui um Noise Gate integrado, o que por si só já é uma grande diferença do Chandler.

Outra diferença entre os dois é a tensão de trabalho. O Chandler é alimentado por uma fonte de 12V, enquanto o Behringer por uma de 9V. Por fim, cabe destacar que o Vintage Tube Monster também possui um controle a mais que o Tube Driver, qual seja, o controle de médios. Isto não quer que um seja melhor que o outro, mas apenas que são bem diferentes.

Com a troca da válvula (que custa em torno de R$ 50,00), como eu disse o Behringer ganha uma identidade nova e aprimorada, o que na minha opinião o transforma no pedal valvulado de melhor custo-benefício do mercado. Afinal, mesmo acrescentando o valor da válvula Sovtek 12AX7WB, o preço médio do VT999 ainda fica em torno de R$ 300,00, o mais baixo entre valvulados.

Seu Noise Gate é simples e funcional, lembrando a facilidade de operação do MXR Noise Gate, por possui apenas chave liga/desliga e controle de Threshold. Em poucos segundos dá pra chegar a uma configuração que te agrade.


Pontos positivos: o ponto mais positivo deste pedal é o custo-benefício.
Pense bem... um pedal valvulado, com 3 controles de equalização (graves, médios e agudos), Noise Gate integrado, robusto, fonte inclusa e true bypass, por cerca de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) em média, é algo de tirar o fôlego, não acha?!
A versatilidade de seu uso também é destaque, devido às diversas possibilidades de configuração do drive e da equalização. O baixíssimo nível de ruído, mesmo com o Noise Gate desligado, também é outro ponto positivo importante.

Pontos negativos: na versão original, como disse, achei que faltou um pouquinho de ganho, mas tenho certeza que para aqueles que desejam timbres mais leves isto não será um problema.

No geral, pode-se concluir que o pedal é muito bom na versão original e excelente com a troca da válvula por outra com mais ganho. Lógico que tudo depende do seu gosto pessoal e da qualidade geral de seu equipamento.

NOTAS (de 1 a 10):

Design/Aparência: 8
Construção/Robustez: 10
Ruído: 10
Controles: 9
Definição/timbre: 8 (original), 10 (modificado)
Sensibilidade: 7 (original), 9 (modificado)
Versatilidade: 9
Custo-benefício: 10

MÉDIA/NOTA FINAL: 8,88 (original) e 9,38 (modificado)

PONTUAÇÃO: Péssimo (1-2), Ruim (3-4), Bom (5-6), Ótimo (7-8), Excelente (9), Excepcional (10)

Obs.: Vale lembrar que um equipamento cuja MÉDIA/NOTA FINAL fique acima de 6 pode ser considerado um equipamento satisfatório, e acima de 8 poderá ser classificado como de uso profissional.


Um abraço!


Compre pedais e guitarrras no Submarino.com.br

Elvis Almeida
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