Índice com todos os artigos da série sobre dicas de estúdio
Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos da série:
Parte 1: Introdução - Visão Geral
Parte 2: Hardware (Microfones, Interfaces... etc.)
Parte 3: Softwares, Plugins e Aplicativos
Parte 4: Estudo e treinamento
Olá pessoal, estou de
volta, para dar sequência nas dicas de montagem de um Home
Studio.
O
próximo passo é a escolha do hardware.
Esta é a fase mais delicada e compreende também a escolha do lugar
para realizar as instalações, bem como o projeto acústico.
Quanto
à acústica e escolha do local, vou abordar o tema de forma bem
sintética, pois acho que tal assunto merece ser abordado num artigo
à parte.
Se
você pretende gravar bateria acústica, a regra é escolher um local
bastante amplo. Recomenda-se que o ambiente onde será instalado a
bateria, possua no mínimo 5x5m. Quanto ao tratamento acústico do
espaço, você pode economizar instalando atenuadores/abafadores que
evitem a reverberação apenas. Existe uma grande diferença em
tratamento acústico e isolamento acústico. O isolamento tem como
premissa apenas impedir que o som vaze do estúdio. O tratamento
envolve o planejamento do som internamente, para impedir
reverberação, valorizar ou suprimir frequências... etc.
Existem
empresas especializadas no assunto. Se você vai instalar seu estúdio
num apartamento e pretende gravar bateria ou guitarra em altíssimos
volumes, é altamente recomendado a contratação deste tipo de
serviço.
Se
será numa residência, o problema da propagação de ruídos é
menor, necessitando de soluções mais simples. Como disse isto é um
tema muito complexo e será abordado com mais profundidade em outro
artigo.
A
energia de qualidade também é fundamental. Você precisará de
tomadas aterradas e condicionadores de energia, pelo menos um para
alimentar sua interface, mesa de som... etc.
Se
você pretende apenas aprender a gravar, compor ou pré-produzir, os
gastos com interface, microfones... etc., não precisam ser
exagerados.
A
escolha de uma interface depende de inúmeros fatores, principalmente
do custo-benefício. Atualmente, existe uma variedade enorme de
dispositivos, sendo que a escolha deve orientar-se principalmente
pela destinação do estúdio.
Dependendo do uso de seu Home Studio, uma
mesa de som com interface de áudio embutida ou uma interface com uma
ou duas entradas XLR, e microfones médios é o suficiente para suas necessidades.
No
meu caso, eu escolhi uma mesa com interface, pela possibilidade de
usá-la não só para gravações como para pequenos shows... etc.
Em
geral, para microfones e interfaces, pode-se classificar os
equipamentos encontrados no mercado em 3 (três) categorias:
a)
top: utilizados nos melhores estúdios e com altíssima fidelidade;
b)
médios: utilizados em estúdios médios, e até nos melhores como
alternativa de timbre, ou na fase de pré-produção;
c)
clones: são equipamentos produzidos em larguíssima escala,
normalmente baseados nos produtos de nível médio ou até top, porém
com materiais econômicos e mão-de-obra barata. Costumam custar até
1/10 do preço de um equipamento médio.
Na
minha opinião, se o assunto é Home Studio, os equipamentos top
estão fora da lista de compra. Tal investimento só se justifica se
você for um magnata do petróleo, ou nos estúdios comerciais. A
menos que você esteja pensando em prestar serviços de produção
musical comercialmente, um equipamento top só vai encarecer custos
injustificadamente. Aliás, muitos estúdios profissionais utilizam
os equipamentos classificados como médios, com produções em padrão
de mercado.
Portanto,
se o que você procura é realizar produções econômicas,
recomendo você não ultrapasse a fronteira dos equipamentos
de nível médio. Em alguns momentos, até mesmo um clone chinês
pode ser interessante.
Agora,
se você pretende utilizar seu estúdio apenas para aprendizado e
composição, os clones são mais que o suficiente. Mesmo que a
durabilidade não seja lá estas coisas, o valor investido é tão
baixo que justifica a eventual substituição dos equipamentos devido
a quebra, “queima” ou atualização.
Se
o objetivo é pré-produção, o ideal é a mistura de equipamentos
médios e clones assim como no caso das produções econômicas, com
a diferença da predominância de uma ou outra classe de equipamentos.
Melhor dizendo, para pré-produção, como a gravação definitiva
será feita num estúdio comercial, você pode utilizar equipamentos
mais baratos, como os clones, pois o importante é registrar as
ideias. Já nos casos das produções econômicas, os equipamentos
devem ser preferencialmente médios, podendo utilizar em alguns casos
os clones, quando não comprometer o resultado final, ou seja, a
preferência é pelo nível médio.
Concluindo,
percebe-se que não há uma receita pronta para montar um Home
Studio, o que existe são diretrizes a serem seguidas para você não
desperdiçar seu dinheiro.
Não
compre equipamentos sem ter convicção de que é aquilo que você
precisa.
E
agora, o que devo comprar primeiro?
Para
começar a gravar, além de um computador, você precisa praticamente da seguinte kit:
I-
uma interface com uma ou duas entradas para microfone XLR, por já
possuírem preamp
embutido, ou mesa de som ou não. Existem muitas no mercado com
excelente custo-benefício. Dê preferência para as interfaces que
possuírem a menor latência (atraso entre o que se toca e o que se
ouve/monitora);
II- um microfone dinâmico. Não gosto de falar em marcas e modelos, pois isto depende muito da experiência pessoal, mas o “coringa” é o SM57® da Shure® e similares. Com ele é possível gravar inúmeros equipamentos acústicos e até voz em determinadas situações;
III- um microfone condensador de largo espectro. Este será necessário para gravar inúmeros instrumentos acústicos e também a voz. Assim como no caso da interface, recomenda-se a compra de um médio, até porque não representará um investimento tão grande assim;
IV- um par de monitores ativos. Tais monitores são encontrados no mercado com preços que variam de R$ 300,00 (trezentos reais) até R$ 6.000,00 (seis mil reais). Tem muita gente que consegue bons resultados usando um aparelho de som doméstico com entrada auxiliar. O mais importante é conhecer seu equipamento a fundo. Se você sabe que seu monitor fornece mais graves que o padrão comercial, você precisará reforçar os graves na equalização, pois do contrário, quando ouvir o áudio em outro equipamento você perceberá ausência das frequências baixas.
Se
você adquirir este kit de padrão médio, o investimento inicial
dificilmente irá ultrapassar a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e
quinhentos reais), ou seja, não é barato, mas também não é
nenhuma fortuna, ainda mais considerando que apenas um microfone top pode custar mais de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Com este kit básico, não será preciso vender a mãe, os olhos da
cara... etc., para poder comprar tais equipamentos.
Um
último alerta é para quem deseja gravar bateria acústica. Se você
pretende gravar cada peça em pistas separadas, será necessário
investir um pouco mais na interface, pois não basta a interface ter
muitas entradas, também tem que ter as saídas independentes. Consequentemente, a quantidade de microfones também aumenta, praticamente um para cada peça. Existem bons kits de microfone para bateria com ótimo custo-benefício.
Quanto
ao computador (PC ou Mac), creio que dispensa muitos comentários.
Basta dizer que para trabalhar com áudio, você precisa de um monitor de vídeo grande, muita memória RAM, HD com muita
velocidade, para evitar os atrasos. O processador também é
importante, mas faz mais diferença ter muito cache de processamento, que
velocidade propriamente dita.
Então
é isto... na próxima abordarei os softwares,
outro ponto muito interessante e que irá influenciar os resultados.
Um
abraço,
Elvis
Almeida
Guitarrista - Endorsee Strinberg
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